Esta história que vou lhes relatar é baseada em um fato real ligado a um evento da história brasileira a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré os nomes de fato desta vez não sugestiva, porém não sei se são realmente verdadeiros. Em 1911, durante a construção da estrada de ferro madeira Mamoré ao lado do Rio Madeira na Bacia Amazônica, empreendimento subsidiado pelas empresas norte-americanas Farquhar & Cia, estavam passando por uma série de problemas que atrasavam a sua conclusão: Ataques de índios, acidentes, doenças, mortes, péssimas condições de trabalho e salário irrisório por um serviço pesado em condições desumanas que beiravam à escravidão. Havia vários grupos de trabalhadores, os alemães, negros barbadianos (provenientes da Ilha de Barbados), chineses e hindus. Além dos problemas já mencionados havia conflitos entre os operários que se detestavam e não se misturavam uns com outros, em realidade havia profundo racismo entre eles e freqüentemente ocorriam embates entre os operários que com o tempo se tornavam cada vez mais violentos. Os alemães sentiam especial aversão aos barbadianos e volta e meia os insultava, acusava-nos injustamente de furtos e os provocavam, até que um dia um operário alemão de nome Hans, de todos eles o que mais odiava os negros, teve seu furtado e como era de seu feitio acusou os barbadianos para Coller o engenheiro-chefe, os barbadianos indignados refutaram a acusação, houve uma violenta discussão e um barbadiano de nome Dick, socou a cara de Hans, estava armada a confusão, houve novamente outro embate violento, que resultou na morte de Hans que teve sua cabeça decepada por Dick, Coller furioso chamou os seguranças e ordenou que fuzilassem os brigões e após a morte de alguns alemães e barbadianos abatidos pelos disparos à luta se encerrou, mas o clima hostil permaneceu, algumas semanas depois um surto de febre amarela, muito comum naquela região, varreu as obras matando 25 operários, 10 deles alemães, além disso, eles reclamavam dos baixos salários e ameaçaram entrar em greve, Coller. Disse: que conversaria com a diretoria da empresa, mas solicitou que todos voltassem ao trabalho e eles concordaram, porém sabiam que o engenheiro-chefe só estava embromando eles, o que foi confirmado com a chegada de novos seguranças contratados e bem armados e quando reclamaram novamente desta vez tiveram como resposta os seguranças lhes apontando seus rifles winchesters, o próprio Coller sacou seu revólver e o apontou para eles. Os alemães finalmente saturados de todo aquele inferno que vivia e seu líder Günther decidiram fugir das obras, juntaram provisões, roubaram algumas armas do arsenal, alguns quininos do posto médico e duas mulas do estábulo para carregarem os víveres e se puseram a fugir. Haviam assassinado dois enfermeiros, o funcionário barbadiano encarregado do estábulo e dois seguranças. Os barbadianos furiosos com a morte de seu companheiro pegaram seus facões e quisera ir atrás dos alemães, o mesmo desejava os seguranças em vista de seus dois companheiros mortos, porém Coller os decidiu do contrário, lhes relatou que no passado um grupo de 75 operários italianos de uma empresa ferroviária fizeram a mesma coisa e nunca mais se ouviu falar deles. Após a fuga dos alemães as obras foram temporariamente suspensas e todos retornaram para Porto Velho, nesse ínterim só se ouviu dos alemães por boatos, em um deles um seringalista que estava acompanhado de seus homens lhes relatou que teve um embate com um bando de vagabundos que invadiram o seringal deles e que ele seus empregados rechaçaram o ataque e expulsaram os invasores de sua propriedade. A partir daí não se ouviu mais boatos sobre os alemães foragidos, porém algumas semanas mais tarde Mark e Joe dois empregados da firma que estavam fazendo uma inspeção de rotina no rio Madeira viu uma barca enorme à deriva navegando no rio e foram averiguar, lá estavam eles alemães todos mortos e mutilados, após isto Mark e Joe, rebocaram a barca até um local escondido na foz e comunicaram a Coller que foi ver em pessoa o ocorrido, após averiguá-los juntamente com King John diretor da firma Farquar & Cia, este último ordenou a Mark e Joe que juntassem mais empregados e os sepultassem em um local isolado e lhes dessem uma cruz cristã, o próprio King John supervisionou o serviço. Feito isto não se falou mais a respeito do assunto, aliás, a empresa cuidou de abafar cuidadosamente o ocorrido, quanto ao que pode ter acontecido com os alemães, ou seja, quem os assassinou nunca se soube ou se descobriu realmente (cogitou-se que os seringalistas junto com seus jagunços podem tê-los assassinado, mas nada foi provado) o caso foi esquecido. Um ano depois um grupo de passageiros de um navio abarrotado de turistas estrangeiros vira uma barca à deriva que possuía um odor horrível e foram olhar mais de perto eram os alemães mortos na barca e trataram de se afastar dela o mais que puderam, uma das passageiras ao olhar novamente o local onde encontraram a barca observou que ela não estava mais lá, desaparecera como por encanto. King John tomou conhecimento do ocorrido e foi juntamente com Mark e Joe verificar o local, e viu que o túmulo improvisado estava profanado e com a cruz caída no chão. Sem entenderem nada, recobriram o solo e puseram a estaca no lugar pra não levantar suspeitas, mas a pergunta que o trio se fazia era “Quem teria interesse em profanar o túmulo dos alemães?" E "Por que sumiriam com os cadáveres?", realmente um mistério sinistro, pois poucos eram os que sabiam do local, a exceção de King John, Mark e Joe os remanescentes da empresa que permaneceram em Porto Velho, os demais funcionários que auxiliaram no enterro improvisado foram transferidos para outras sucursais nos Estados Unidos e Europa há pelo menos seis meses e Coller concluído o seu trabalho na construção da estrada Madeira-Mamoré se aposentou e voltou para a Inglaterra há um ano e nenhum deles jamais retornou para Porto Velho e tão pouco se interessaram em mencionar o ocorrido que não tinha a menor importância. Em realidade King John, Mark e Joe eram os únicos que sabiam do verdadeiro ocorrido com os alemães e novas aparições da barca com os alemães mortos em seu interior ocorriam no rio Madeira, ao falar com os ribeirinhos que lhe relatavam sobre a sinistra barca, estes descreveram que os cadáveres fediam muito e pelo estado de rigidez dos cadáveres estavam mortos há alguns dias, outro fato estranho para King John, pois os alemães morreram havia um ano, portanto deveriam estar podres e em decomposição. E assim nasceu a lenda da barca fantasma dos alemães no rio Madeira
Nenhum comentário:
Postar um comentário